6.º DOMINGO COMUM
“ALEGRAI-VOS E EXULTAI”
Após o chamamento dos primeiros discípulos, o Sexto Domingo (Ano C) propõe o início de um longo discurso de Jesus Cristo, a partir do evangelho de Lucas. O texto tem semelhanças com as outras célebres bem-aventuranças, segundo o evangelista Mateus, mas é mais breve. Neste caso, o evangelista coloca na boca do Mestre apenas quatro bem-aventuranças (e acrescenta quatro advertências: «Ai de vós»); em Mateus são formuladas na terceira pessoa do plural; aqui, na segunda pessoa do plural, são mais dirigidas aos ouvintes do que afirmações majestáticas. As três primeiras formam uma tríade homogénea, até na estrutura: «vós, os pobres... vós, que agora tendes fome... vós, que agora chorais». Reforça o ‘agora’ da pobreza, da fome e da aflição. É um tom mais profético do que sapiencial.
Vale a pena lembrar que, em Lucas, há uma maior sensibilidade sobre a predileção de Jesus Cristo pelos pobres. A eles se destina a felicidade, não por serem pobres, mas porque Deus está sempre do seu lado. «Alegrai-vos e exultai»: a meta é, portanto, a felicidade. «O Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira, a felicidade para a qual fomos criados. Quer-nos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa». Com estas palavras, o Papa Francisco inicia um itinerário de santidade, na exortação apostólica precisamente com o mesmo título: «Alegrai-vos e exultai». As bem-aventuranças são o «bilhete de identidade», são a resposta à pergunta sobre o que fazer para ser um bom cristão.